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Caboclo D'água de Barra Longa ganha filme




Veja alguns momentos da "caçada" ao Caboclo D'água e filmagem do documentário
(fotos n° 01, 02 e 07 do Jornal "O Espeto")






Nos dias 28, 29, 30 e 31 de julho e 1° de agosto, em
Barra Longa, foi realizada a filmagem de um documentário de longa-metragem sobre o Caboclo d'água. O documentário terá a duração aproximada de 75 minutos. A data prevista para o lançamento do filme é setembro/outubro de 2011.

O representante do projeto é Davi Collares, cineasta e professor de cinema no Centro Universitário UNA e na Escola Livre de Cinema de
Belo Horizonte.
A equipe de trabalho, formada por 10 integrantes, desenvolveu o trabalho com muita responsabilidade, o que nos leva a crer que, brevemente, Barra longa terá nas telas do cinema o resgate de grande parte da sua cultura.

A justificativa do projeto se baseia na "ideia de documentar,
apresentando os fatos, assim como um documentário tem que ser, perpetuando a história e tornando-a acessível e palpável a todos".



Breve introdução ao mundo por trás das câmeras

Como cineasta e professor de Cinema no Centro Universitário UNA e na Escola Livre de Cinema em Belo Horizonte recebo esse convite de elucidar ou iluminar o pensamento sobre o cinema e a arte de fazer cinema com muita satisfação e espero conseguir em poucas palavras demonstrar o quão bela e apaixonante é essa profissão.

A história nos conta que é antiga a preocupação do homem com o registro de movimento. O desenho e a pintura foram as primeiras formas de representar os aspectos dinâmicos da vida humana e da natureza, produzindo narrativas através de figuras.

Desde o advento da fotografia e sua evolução, o homem descobriu como registrar o movimento em uma imagem estática, somando isso aos conhecimentos técnicos sobre a persistência retiniana (capacidade que o olho humano tem de reter a imagem, ou seja, as imagens permanecem por um determinado tempo em nossa retina - cérebro - de aproximadamente 1/16, dezesseis frames por segundo, qualquer imagem que fique mais tempo que esse dará impressão de movimento. Então a imagem que captamos - acima dessa velocidade - não se apaga antes que a próxima chegue, isso acontece sucessivamente - eis ai o movimento, ou a impressão de movimento) começaram os experimentos que resultaram no cinema que conhecemos hoje.

Fora essa explanação teórica/técnica sobre a captação de imagens em movimento o cinema se desdobra em várias “mágicas” funções. A magia do cinema é conseqüência do trabalho e técnica de vários profissionais competentes que munidos de equipamento de ultima geração e sob o comando de um organizador/gestor conhecido como Diretor, conseguem realizar um trabalho que encanta e fascina tantas pessoas.

Apropriarei-me agora de algumas páginas de uma apostila do Prof. Filipe Salles - Fotógrafo, Cineasta e Músico, formado em Cinema pela FAAP e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. http://www.mnemocine.com.br/filipe/

A Divisão da Equipe
Uma produção cinematográfica, como já mencionamos, é necessariamente coletiva, e, portanto, as tarefas devem estar muito claras e os objetivos muito bem definidos. Mas que tarefas são estas? Existem claro, inúmeras funções no cinema, cada uma delas responsável por uma determinada faixa de atuação, uma necessidade frente a um contexto específico – o filme – e que variam em certa medida de acordo com o caráter da produção. Entretanto, há certas funções que são básicas, e que sem a qual não se faz cinema, pois são de necessidade primordial. São elas:
Com exceção do montador que, dependendo da produção, pode trabalhar sozinho, todas as demais funções pressupõem equipes, cujo número de integrantes também é variável de acordo com a necessidade e/ou disponibilidade da produção. Mas, em linhas gerais, uma equipe funciona com uma média de três integrantes, sendo um diretor e dois assistentes. Designamos o diretor de um filme por esta função – Diretor – e os demais, por Diretores Técnicos.

Funções das Equipes de Cinema

1.DIREÇÃO
O diretor de um filme é responsável pelo resultado final de um conjunto chamado cinema. O papel de diretor começou com o próprio realizador. No início do cinema, ainda por volta dos primeiros anos do séc. XX, não havia nenhum contingente técnico disponível, e quem tivesse vontade de filmar, deveria tomar todas as iniciativas para tal. Os diretores então escreviam suas próprias histórias, produziam, filmavam, às vezes atuavam e também montavam o filme.
O Diretor tem, portanto, seguindo o raciocínio europeu, a responsabilidade do projeto. Ele deve conhecer perfeitamente todos os detalhes do roteiro, estudá-lo num storyboard, e ter previamente uma imagem feita de cada plano, que no conjunto dará significado à sua obra.
O diretor é um criador que está lidando com um conjunto de artes que confluem para uma resultante de imagens, e por isso deve atentar para itens relacionados à filosofia da arte e teorias da estética.
No cinema em que o diretor é o autor, ele é o responsável pelo filme e pelo resultado, e deve zelar para que ambos confluam harmonicamente, segundo sua estética.

2.PRODUÇÃO
Como Produtor em cinema, pode-se entender de três maneiras principais: O Produtor, propriamente, o Produtor Executivo, e o Diretor de Produção. O primeiro é o dono do estúdio, no caso do cinema comercial, ou quem banca financeiramente um filme, no caso do cinema artístico.
O Produtor executivo é o administrador da verba, do dinheiro disponível, e que sabe exatamente todos os custos do filme para direcionar melhor a produção durante as filmagens. O Diretor de Produção é o que gerencia as necessidades práticas de um filme. É ele quem entra em contato com as locadoras de equipamentos, os laboratórios, as locações, os atores e a equipe técnica, procurando sempre a melhor opção para o resultado que o diretor espera. O diretor do filme deve ter estreitas relações com o diretor de produção para poder saber o que é viável a partir do orçamento, pois quem pedirá mais dinheiro ao produtor executivo, é o diretor de produção. Ele organiza, junto com sua equipe, o set de filmagem, providencia alimentação, cadeiras e conforto para a equipe e atores.
Em suma, o produtor é o responsável pela andamento prático do filme. Mais do que o próprio diretor, o diretor de produção é quem sabe mais o que está acontecendo ao redor do filme.

3.FOTOGRAFIA
O Diretor de Fotografia, DF ou simplesmente fotógrafo, é o responsável pela imagem de um filme. Em inglês, apesar de existir o termo ‘Director of Photography’, há uma tendência moderna em chamá-lo ‘Cinematographer’, pois a imagem captada por ele é a própria imagem do cinema, e aqui também por vezes é usada essa expressão, ‘cinematografia’ (a fotografia de cinema) e ‘cinematografista’ (o fotógrafo). Como todo o filme é uma projeção de imagens fotográficas, sua participação confunde-se com o próprio ato de fazer cinema, e daí o uso dessas expressões.
O resultado estético do filme no que diz respeito à imagem captada e projetada é de concepção, criação e realização dele junto com sua equipe de trabalho. Ele deve participar das reuniões de pré-produção com o diretor, produtor e diretor de arte, afim de que as diretrizes estéticas sejam estabelecidas e ele então possa designar os melhores técnicos, equipamentos e materiais sensíveis (filmes) para que o resultado seja condizente com a proposta do filme.
A equipe de fotografia, por seu papel de máxima importância, deve estar sempre atenta e interessada, ter afinidades entre si e com os demais membros da equipe de filmagem, pois todos os problemas da produção passam, em maior ou menos grau, para a tela se não forem bem administrados.

4.ARTE
A equipe de Arte costuma ser maior que as demais. Isso porque existem muitas funções adjuntas, que trabalham paralelas e que se denominam genericamente a Arte de um filme. Mas, em linhas gerais, elas são constituídas principalmente pela cenografia (cenários em estúdio ou preparação de locações), adereços (objetos de cena), pelo figurino (roupas e acessórios que os atores vão utilizar) e pela maquiagem. Existem técnicos especializados em cada uma destas funções, e que numa produção, estão subordinados a uma concepção estética geral que é administrada pelo Diretor de Arte. Ele, a partir das idéias do diretor, irá desenvolver uma estética, uma linha estilística que guiará o filme dará as diretrizes para cada uma das instâncias supracitadas.
Cada uma destas partes é por vezes tratada em separado, porque nem todas são absolutamente obrigatórias em todas as produções, apesar de serem bastante freqüentes.
A direção de arte numa grande produção, por ter um número elevado de sub-diretores, técnicos e estagiários, é a que tem maior dificuldade de se manter unida e coesa. Muitas vezes, numa produção mais barata, os próprios técnicos envolvidos – e até mesmo a direção – precisam fazer as vezes da produção e ir atrás dos materiais necessários para viabilizar o filme. Levando-se em conta a máxima importância de cada uma destas funções supracitadas, é fundamental que esta grande equipe seja harmônica e cada um de seus membros tenha como único objetivo servir ao filme da melhor maneira possível.

5.SOM
Uma vez que não se faz mais filmes mudos desde 19271, o técnico de som em algum momento com certeza entrará na produção. O que pode ocorrer é ele não estar presente durante as filmagens, pois há duas maneiras de colocar som no filme: A primeira é o som direto, captado com um gravador profissional de fita ¼’ chamado Nagra, um DAT (Digital Audio Tape) ou ainda som digital gravado em cartões de memória, no exato momento da filmagem. Todos os sons (ruído, música, diálogos) serão captados e estarão em sincronismo perfeito com a imagem (na parte técnica há mais detalhes sobre isso).
A Segunda é o som feito depois da filmagem, na pós-produção, e que é reproduzido num estúdio de som, através da dublagem dos atores e dos ruídos de ambiente recriados. Algo como sonoplastia das antigas novelas de rádio. Normalmente, o som direto é preferido, por não precisar recorrer ao ator 2 vezes (uma para filmar e outra para dublar), e também por agilizar o processo de finalização do filme. De qualquer maneira, o som no produto final, no filme terminado, é uma das últimas etapas a ser finalizada.
O som, embora fundamental em qualquer produção, aqui no Brasil é tratado com certo desdém, muito pela verba do filme ser excessivamente utilizada na qualidade da imagem, esquecendo o produtor o mais das vezes que o som de um filme também é caro e não menos importante.

6.MONTAGEM E FINALIZAÇÃO
Entende-se por montagem ou edição a ordenação dos planos filmados de tal maneira que formem um contínuo de ações que geram sentido de acordo com o roteiro. É como se um escritor pensasse previamente em todas as palavras que fosse escrever, e só depois de selecioná-las é que as colocaria em ordem para fazer sentido. É uma comparação exagerada, pois um escritor lida com milhares de palavras, e os cineastas lidam com algumas dúzias (ou centenas, no caso de um longa) de planos, um número muito menor de elementos. Mas a importância da montagem fica bastante clara através deste exemplo, pois o filme não está pronto sem este arremate importantíssimo, a ordenação dos elementos selecionados.
Neste quesito, seu trabalho não é apenas colocar em ordem, mas também imprimir ritmo e harmonia nos cortes de cada plano, de tal maneira que as mudanças de um plano para outro fiquem tão naturais que passem despercebidas.
Já a finalização, a última etapa da produção de um filme, só está sendo considerada como etapa realmente relevante nas produções mais recentes de 5 anos atrás em diante, em que as possibilidades de ajustes e modificações na imagem final ficaram muito mais simples (mas não baratas) em função dos processos híbridos de intermediação digital.

(Apostila de Cinematografia – Prof. Filipe Salles) http://www.mnemocine.com.br/filipe/

Agora que conhecemos um pouco sobre algumas funções básicas do Cinema, podemos enxergar de maneira diferente o fantástico mundo do áudio visual e tudo que envolve a 7ª Arte. Quando assistir um filme, repare na luz, no som, nos movimentos que a câmera faz, nas atuações, nas cores, nos efeitos especiais e lembre sempre que por trás de tudo isso existe uma pessoa que torna real aquilo que vemos na telona.


Davi Collares – Cineasta e professor.




4 comentários:

Estamos muito felizes com a repercussão!

30 julho, 2011  

Gente, tá acontecendo isto tudo mesmo? Barra Longa tá ficando famosa!
Agora mesmo vi no noticiário da Band mais uma reportagem. E agora com um filme vai bombar mais ainda.

01 agosto, 2011  

Muito bacana fazerem filme sobre um mito, Caboclo D`água, em Barra Longa! Podia repercutir de alguma forma que traga benefícios para a população como empregos, ou centro de pesquisa com especializações, ou algo parecido. Quem sabe um dia ainda descubram as riquezas reais que Barra Longa tem para oferecer!
Ah, adorei também video clip com a música do fafá ao fundo. Ficou muito bem feito, mas estou procurando e não encontro aqui a reportagem que saiu com entrevistas e depoimentos sobre o Caboclo. Onde falaram sobre o assunto: Antônio Felipe, meu pai, Armando e outros. Favor deixar bem claro e explicativo neste Blog. Obrigada!
Carolina Carneiro

06 agosto, 2011  

O videoclipe contém cenas gravadas para o documentário (filme) "O Caboclo". Entrevistas e depoimentos gravados em Barra Longa fazem parte do filme que tem previsão de lançamento para setembro/outubro 2011.

07 agosto, 2011  

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